RICARDO B. BORGES
( Brasil – Rio de Janeiro )
Natural do Estado do Rio de Janeiro, nasceu em 29 de janeiro de 1963.
Graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Metodista de Piracicaba/Unicamp (1985). Mestre em Defesa e Segurança Civil. Área de Concentração: Gestão e Planejamento de Eventos Críticos/ Universidade Federal Fluminense. MBA em Marketing Empresarial/UFF, voltado ao setor livreiro. Diretor Substituto e Coordenador da Editora da Universidade Federal Fluminense (até 1 semestre de 2015). Coordenador da área de Editoração e Produção da Editora da UFF(até 1 semestre de 2015 e posteriormente de agosto de 2019 até dezembro/2022) Experiência na área de Comunicação Institucional, com ênfase em Divulgação Científica, Atuação em Planejamento e Produção Editorial, especialmente nos seguintes temas: copidesque, preparação e revisão de textos, redação, editoração e produção gráfica de livros. .
Informações coletadas do Lattes em 07/10/2022
SACIEDADE DOS POETAS VIVOS. VOL. XII. Organizadores: Urhacy Faustino e Leila Miccolis. Capa: Vande Rota Gomide.Rio de Janeiro: BLOEOS, s. d. 110 p Ex. bibl. Antonio Miranda
Um dia, o velho ranger de portas volta,
estala o mármore que cobre nossos corpos,
assuste passantes
com seu estalar de cascas de nozes.
Um dia, aquele chicote volta e bate mais forte.
Nem uma lágrima, porém, rola.
No futuro, o passado faz seu carnaval presente,
um dia, na nave nós.
***
Eu venho caminhando
muito antes de mim mesmo,
vindo das areias de Portus Calle,
do sol sobre as oliveiras,
do cheiro azedo das adegas.
Eu venho caminhando
muito antes de mim mesmo.
Venho das profundas depressões
e das grandes alegrias antepassadas:
Alcácer Quibir, Cravos, Ilha de Vera Cruz.
Eu venho caminhando
muito antes de mim mesmo,
desfraldando velas.
Dentro da barriga de uma quimera
eu vejo.
***
Há sempre alguém vivo
querendo apagar uma estrela,
mas a luz que é nosso guia
não cessa nunca
e numa noite apenas podemos iluminar
milhares de avenidas
e todos os caminhos que não nos deixam trilhar.
Infeliz é o vivo
que quer todos os fogos na mão
e distribuí-los como se fossem dádivas
àqueles que não se sabem (ainda)
ser a luz de seus destinos.
***
Sinto: o seu amor é meu carrasco
e meu paraíso não passa de um fantasma
de um menino enforcado na árvore do tempo.
Venta e meus relógios falam:
quem dera eu ser um outro,
chamar Francisco, por exemplo,
ter outra alma,
beber sob outra luz.
***
Os mapas exatos mentem
qual traçado que se apaga nas areias.
Que desenhos nos apontam
a praia do amanhã?
***
Conjuga eu te amo, tu me amas.
Ser curto é ser moderno
Conjuga, meu amor,
tente juntar os cacos.
Pense, sinta.
Afinal, quem ama que neste caleidoscópio?
Conjuga, anagrama.
Balões incandescentes bojando na noite
de nossas sabedorias supremas.
Conjuga.
Nada sabemos.
***
O amor (dizem)
é mais parênteses.
O amor (dizem)
é menos perene
que o brilho de um artifício.
O amor (dizem)
é.
E desmentem.
*
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Página publicada em janeiro de 2023
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